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O sol quente que pela a alma

(Artista:  Miririum ) O sol é quente, o motor pela, o coração é frio, a mente sela. E os que não selam A alma velam. Quando o fogo do escapamento consome, As pessoas com o som somem. Fogem para onde a água é fresca, E onde o fanático não diz: "Não sonhe". Sonhar é a porta para encarar o que se espera, Ou o que se deseja. Não é ter o que tem, Ou permanecer no lugar em que esteja. É estar em movimento Para onde o sol foge E a amada te beija. Escrita Perspectiva, atividade literária do servidor do Discord "Café Literário"
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Mais uma luz, mais uma sombra

A visão não alcançava o final da sala que ele se encontrava. Parecia que não havia paredes ou elas estavam muito distantes. Apenas havia uma escuridão rodeando um homem sentado em seu banco enquanto um foco de luz iluminava-o. Não sabia como havia chegado ali e nem o porquê. Apenas sabia que seu corpo era branco. Suas vestes compridas, seu cabelo, seus olhos, sua pele, tudo era branco. Estava com medo, mas não sabia o porquê. Então decidiu descobrir o que estava acontecendo. Levantou do banco e começou a andar. A luz o acompanhava aonde ia. Parecia que aquilo era um sonho. Em um ponto distante de seu olhar, encontrou outro foco de luz vindo do além. Desta vez, a luz era vermelha e iluminava alguém ajoelhado no chão. O rapaz rodeou o ser e o observou. Tinha um penteado rosa com uma franja na frente dos olhos e usava um terno num tom semelhante ao seu cabelo porém mais claro. Quando se aproximou, percebeu com um susto que aquele indivíduo era exatamente igual a ele. Viu que ele esta

Fones na alma

A música está alta. Não consigo escutar meus pensamentos. Só ouço o chiado forte do chimbal da bateria aberto tocando e o bumbo batendo repetidamente. A minha mente voa, perdida, privando-a de algo que eu não me lembro. Meus olhos estão vidrados no teto mofado onde várias manchas marrons apodrecem algo que fora branco algum dia. Um inseto voador que eu não faço ideia de qual seja pousa de cabeça para baixo no chão invertido que olho. Eu tiro o fone e o silêncio mais ensurdecedor que a música que escutava invade meus ouvidos. Então, eu escuto o zumbido do inseto baixinho. Ele está tão distante. Tão baixo. Talvez meus tímpanos não estejam bons depois de anos escutando guitarras gritantes. Recoloco meu fone e volto no exato momento do solo do baixo. É tão clichê gostar de guitarras! Imagino os dedos nus de uma das mãos do baixista batendo as cordas numa velocidade assustadora enquanto os outros dedos correm o braço de madeira do instrumentos e passam de uma corda para outra como dança